Independente do resultado aguardado, o certo é que as duas atletas já saem prejudicadas, infelizmente, por falha da arbitragem, que provou desconhecer as regras e suas aplicações. Uma grosseira falha. Mas não podemos deixar que suje uma classe de profissionais.

Realizado no último sábado, 19 de junho em Brasília, a primeira edição do "Lutador Internacional MMA - LMI, original do México, uma luta feminina do card, ainda está dando o  que falar nas redes sociais. Infelizmente, negativamente.

Todos preocupados em serem os "donos da verdade". Porém, sem se atentarem ao que diz as regras da modalidade.

Ainda no primeiro round, (01"49). Rayla "Índia" Nascimento,  natural do Pará aplicou oito cabeçadas (golpe ilegal) em sua oponente Laura Fontoura, natural de Brasília. Para quem esperava uma atitude do árbitro, veio a primeira decepção "Um verdadeiro desastre. É o que pode se chamar da atuação do árbitro dessa luta. Omisso por dolo ou por ignorância. Nem o fato de estar de relógio dentro do cage, é pior do que ele estar posicionado e vendo as 8 cabeçadas que a atleta recebeu e não fazer absolutamente nada.  Na primeira já deveria ter advertido a faltosa,  na segunda deveria ter interrompido a luta, pedido tempo e averiguado se a atleta ofendida precisava de cuidados médicos. Após as averiguações de praxe, caso a atleta pudesse voltar a luta, essa deveria recomeçar de pé, não antes de o árbitro descontasse um ou dois pontos da atleta faltosa, dependendo do seu julgamento sobre a intenção da falta. Caso a atleta ofendida não pudesse voltar, a faltosa deveria ser desclassificada por golpes ilegais." dispara Flávio Almendra, árbitro e dirigente da Number One Comission.

No entanto, nada disso aconteceu. A luta continuou, e só após 3 minutos de peleja, o árbitro resolve parar o combate, e pedir apoio médico. Fontoura foi atendida e, em nenhum momento falou que não poderia continuar. Chegou inclusive, a declarar para um membro da comissão e seu corner que iria continuar. Foi então que o árbitro descontou 1 ponto da atleta Rayla, e a luta prosseguiu como pede a regra.

DECISÃO UNÂNIME/ NO CONTEST OU VITÓRIA POR DESCLASSIFICAÇÃO????

Com a continuação da peleja ainda no primeiro round, e chegando até o final, o resultado oficial ainda é uma interrogação. O resultado in loco foi para Rayla Nascimento. No entanto, a equipe de Laura Fontoura,  entrou com recurso, com o objetivo de não deixar negativo o cartel de sua atleta, que conheceu sua primeira derrota. 

Dificilmente, o resultado será alterado, levando em consideração que: partindo da primícia que  Fontoura continuou lutando, tendo atendimento ainda no primeiro round, nos intervalos do primeiro para o segundo, e do segundo para o terceiro round,  constatando (pelas imagens do vídeo), que em momento algum ela pediu para parar a luta, ou ter  demonstrado que não teria condições de continuar, não cabe mais o direto de pedir revisão da luta. Mesmo o atendimento ter sido de forma tardia, a própria atleta e seu corner, assumiram o risco de continuar.

O árbitro Flávio Almendra vai além,  "Qualquer comissão séria deste país, vendo o vídeo completo deste combate, não verá nada substancial para se pedir ou alterar o resultado desta luta. Visto que a atleta recebeu atendimento médico, em todos os intervalos, e se mostrou apta a continuar o combate".

Independente do resultado aguardado, o certo é que as duas atletas já saem prejudicadas, infelizmente,  por falha da arbitragem, que provou desconhecer as regras e suas aplicações. Uma grosseira falha  que suja uma classe de profissionais.

Em resumo: O MMA não é para amadores. Quem erra tem o direito de reconhecer o erro e se desculpar, para  não cometer o mesmo erro.

Segue o link do vídeo da luta a partir do tempo: 2H57"00

https://www.instagram.com/tv/CQUkD38FvyB/?utm_medium=copy_link